George R. R. Martin parece um hobbit. Da sua pena saiu o calhamaço “Crônicas do Fogo e do Gelo”, 7 livros (dois ainda a serem publicados), média de 700 páginas cada um. Deve ter por baixo uns 60 personagens. A série é mais conhecida por “Game of Thrones” e pela adaptação para a TV que a HBO (“It’s not porn. It’s HBO“) está passando. Se o seriado é bom? Bom, ele é geralmente a coisa mais pirateada do ano.
Eu disse “sai de sua pena”? Ele não escreve a saga medieval fantástica usando uma pena. Mas quase: Martin escreve seus livros usando Wordstar 4.0, rodando sobre DOS. Isto pode ser considerado medieval em computação. Wordstar era o editor de texto mais editado quando você ligava o PC e aparecia a mensagem “esperando o HD atingir a rotação adequada para funcionamento”. DOS é o sistema operacional antes que o Windows viesse a existir. Na verdade, até o Windows 95 lançado (dãh) em 1995 era um software que rodava dentro do DOS.
Anos atrás, uma dupla de designers brasileiros, Elesbão e Haroldinho, contavam como se cansavam de responder a pergunta “que soft/hard vocês usam?”. Eles defendiam que a melhor máquina ou o mais novo software não deveria interferir na qualidade do trabalho.
Usar o Microsoft Word 2013 não o fará ser um escritor comercial de sucesso. Martin prova que seu método pode usar uma ferramenta que foi lançada há 27 anos… E que os Outros me levem se ele não faz isto bem.
Mostrem o link acima quando alguém vier se gabar que usa Photoshop CSCHY versão 17 beta. Aço valiriano não faz de alguém um cavaleiro. Às vezes, basta uma agulha para fazer o serviço.
Se o sujeito é idiota o suficiente para achar que a melhor ferramenta o faz profissionalmente melhor, ele dará declaração de pós-idiotice se ele sair a procura do Wordstar, achando que isto fará dele um grande escritor.