Desk research: o que é e como você pode elaborar o seu

Imagem que apresenta elementos que remetem ao desk research

Hoje, é quase impossível pensar em tirar um projeto do papel sem realizar um bom desk research primeiro. Em UX Design, a pesquisa, que é onde esta etapa se encaixa, é uma fase bastante importante e que vai ditar os rumos que o projeto deve tomar. Por isso, ela merece muita atenção!

O desk research consiste em analisar dados já disponíveis no mercado. Por isso ele também é conhecido como pesquisa secundária, uma vez que as informações a serem analisadas são, de certa forma, de segunda mão — ou seja, alguém extraiu para que você pudesse utilizá-las.

Algumas fontes muito comuns para se realizar o desk research são as pesquisas acadêmicas, dados divulgados por outras empresas ou pelo governo, além dos que estão disponíveis na internet, como nas redes sociais. O objetivo de quem pesquisa é revisar os resultados anteriores, cruzando informações e fazendo paralelos entre os dados. Assim, é possível obter uma ampla compreensão da área pesquisada.

Ao optar pelo desk research, você economiza tempo, esforços e dinheiro, mas garantindo que o resultado seja satisfatório e que supra as necessidades do cliente ou do projeto em si.

Pesquisa primária x pesquisa secundária

A pesquisa primária pode ser tentadora para um time. Afinal, ela será totalmente customizada para suprir as necessidades do projeto, que será dono dessas informações – escolhendo compartilhá-las, ou não, posteriormente.

Aqui, quem faz a pesquisa vai diretamente à fonte, seja ela o mercado ou os entrevistados. E o que eles captam são dados crus, que precisam ser catalogados, tratados e analisados, de acordo com os objetivos do projeto.

Mas este é um método que exige mais investimento de tempo e dinheiro, uma vez que eles têm mais processos. E isso, muitas vezes, se torna um empecilho para a execução da pesquisa primária.

Por sua vez, a pesquisa secundária analisa dados já existentes no mercado, o que diminui custos. Mas em contrapartida, o processo de busca desses dados pode ser um pouco mais trabalhoso, uma vez que é preciso mapear onde encontrá-los e entender o quão úteis eles são ao seu propósito.

Fontes para realizar o desk research

E para que este processo seja o menos trabalhoso possível, listamos abaixo algumas fontes de dados muito úteis para quem precisa realizar um desk research:

Pesquisas internas: pesquisas e análises feitas no passado podem ser de grande utilidade. Tente mapear toda informação que a própria empresa possa oferecer. Isso vai facilitar o entendimento de ideias, oportunidades e dificuldades que já foram enfrentadas e que podem servir como ponto de partida agora.

Pesquisas externas: este é um dos tipos de fonte mais utilizados por quem precisa realizar uma pesquisa secundária. Mas é importante selecionar fontes confiáveis e dados que não estejam mais desconexos da realidade, ou seja, pesquisas muito antigas ou de mercados completamente diferentes do seu.

Bibliotecas: em um mundo tão digital, bibliotecas costumam ser subestimadas. Mas não se engane! Elas são excelentes fontes para efetuar a sua Desk Research, uma vez que contam não só com centenas de livros, mas também com artigos e pesquisas acadêmicas.

IBGE e IPEA: tanto o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada trazem informações confiáveis e relevantes, direto de fontes oficiais.

Dados.Gov: o Portal Brasileiro de Dados Abertos traz informações confiáveis sobre diversos órgãos do governo, como BNDES, ANAC e Anatel.

Bancos de teses: se o seu objetivo é consultar teses e dissertações disponíveis gratuitamente, bancos de teses são muito úteis! Um bom exemplo é a biblioteca digital da USP.

Google Data Explorer: esta ferramenta do Google possibilita a busca, análise e visualização de dados em diversos formatos, em todos os segmentos e no mundo todo!

Mídia: revistas, jornais e sites informativos também podem ser boas fontes. Mais uma vez: é extremamente importante selecionar quem é confiável ou autoridade no assunto. Atente-se para não selecionar informação enviesada ou basear sua pesquisa apenas em dados deste tipo de fonte, uma vez que tende a ser mais superficial.

Redes sociais: uma fonte de dados inesgotável, que é alimentada todo o tempo sobre os mais diversos assuntos. Por lá é possível entender como as pessoas consomem conteúdo, como se relacionam com as empresas e entre si.

Mesa com papéis que apresentam processos e etapas do desk research

4 passos para fazer um bom desk research

Para te ajudar a começar a tirar o seu desk research do papel, criamos um passo a passo básico, que vai garantir que todas as etapas sejam cumpridas e o resultado final satisfatório.

Confira:

1. Defina um objetivo principal para sua pesquisa

O que você quer saber através da sua pesquisa? Qual pergunta pretende responder com o seu produto? É aqui que você vai descobrir o objetivo principal. E eles podem girar em torno de:

  • Numeral: o objetivo pode ser encontrar 3 artigos do mesmo tema, mas de diferentes fontes, por exemplo. Ou coletar 10 entrevistas com possíveis usuários.
  • Suposição: o objetivo é encontrar argumentos e informações que validem ou refutem a sua hipótese.

2. Mapeie as possíveis fontes de informação

Onde você pretende coletar os dados para análise? Como mostrado no tópico acima, existe uma gama de possibilidades e cabe a você, que realiza a pesquisa, entender quais são as mais compatíveis com seu tema e área de atuação.

Fazer esse mapeamento poupa tempo e evita que você perca o foco. Mas é importante ter um plano b, para, caso alguma das fontes mapeadas não traga o retorno esperado.

3. Realize a pesquisa

Para começar, estabeleça um prazo realista para realizar esta etapa. Não caia na tentação de esticar o prazo ao máximo, afinal, uma das vantagens desse método de pesquisa é ser mais rápido, lembra-se?!

Feito isso, coloque a mão na massa e trabalhe nas fontes mapeadas na etapa anterior. Comece definindo algumas expressões ou palavras-chaves para sua pesquisa. Isso irá direcionar sua busca e ajudar a encontrar material mais assertivo.

Você pode utilizar o método que preferir para identificar e reunir os dados importantes, como:

  • Resumo
  • Fichamento
  • Planilhas
  • Ferramentas ou softwares

É importante que você se atente a trazer diversas visões do mesmo problema e não apenas aquelas que confirmam a sua teoria ou suposição. O resultado será uma pesquisa enviesada e que pode não trazer a realidade do cenário.

4. Analise os dados coletados

Com os dados em mãos, chegou o momento de analisá-los. Dedique-se a lê-los com atenção, realizar o cruzamento das informações, pensar em paralelos entre eles e as possíveis interpretações que eles dão.

Depois, é preciso verificar se os resultados da sua pesquisa responderam às perguntas do seu objetivo principal, estabelecido logo no primeiro passo. Se você achar que não conseguiu respostas que confirmem ou refutem sua hipótese, é preciso refazer a pesquisa ou analisar se o seu objetivo precisa de algum ajuste.

Ao final, reúna as análises que você fez em um relatório ou fichamento para organizar a sua avaliação e deixar o material acessível para quem precisar consultá-lo.

Pronto, agora você já tem informações suficientes para conseguir conduzir uma boa pesquisa de desk research, que vai trazer insights e direcionamentos interessantes para o seu projeto. Hora de colocar a mão na massa!


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